História

A história de Goiana está muito ligada aos engenhos da região. Os goianenses participaram ativamente da Batalha das Heroínas de Tejucopapo (1646), da Revolução Pernambucana (1817), da Confederação do Equador (1824) e da Revolução Goianense (1825). A vila operária de Goiana é considerada a primeira da América Latina. Goiana foi elevada à categoria de vila em 15 de janeiro de 1685, ganhou foros de cidade em 5 de maio de 1840 e de sede de município em 3 de agosto de 1892. Seu primeiro prefeito foi o Dr. Belarmino Correia de Oliveira.

A origem mais provável do nome Goyanna é que venhe da palavra em tupi-guarani “Guyanna“, que significa “terra de muitas águas“. O topônimo do município aparece pela primeira vez nos catálogos da Companhia de Jesus, em 1592, com o nome de aldeia de “Gueena”. O mesmo documento, em 1606, registra-o com a grafia modificada para “Goyana” e, finalmente Goiana. O holandês Adolf de Varnhagen disse que Goiana é palavra de origem da língua tupi, que significa: gente estimada.

Sabe-se que muito antes da chegada dos portugueses ao Brasil, Goiana, assim como diversas outras localidades da América, já era habitada por indígenas. Inúmeros historiadores defendem seus estudos e com isso, daí, nasce uma diversidade de teorias. Existem diversas teses sobre a origem da cidade de Goiana, das tais a mais aceita é a de que a cidade surgiu quando Diogo Dias ganhou e fundou o Engenho Recuzaém. A segunda tese é a de que em 1501 com a finalidade de explorar a costa brasileira expedições portuguesas já tinham aportado o litoral goianense em uma praia, hoje denominada Pontas de Pedra. Existindo ainda a terceira tese, a qual diz que a primeira povoação de Goiana esteve no Engenho Japumim, também fundado por Diogo Dias, segundo historiadores.


Período Colonial

A colonização jamais realizou os propósitos da empresa mercantil que impulsionou as navegações. Montada especificamente para a troca, ela operava sempre na pressuposição da existência de produção local, nas áreas com que mantinha a troca. O problema da colonização apresenta assim grandes dificuldades, uma vez que a estrutura econômica portuguesa não estava preparada para enfrentá-lo. Nesse período, Goiana foi uma das principais produtoras de cana-de-açucar no estado de Pernambuco, o Rio Goiana que corta a cidade abrigava um importante porto que escoava a produção do local. Foi durante este período que Goiana foi por diversas vezes sede da capitania de Itamaracá e permaneceu como segunda cidade mais importante do estado até o fim deste período. [Fontes]

No dia 24 de abril do ano de 1646, armadas com paus, pedras, panelas, pimenta e água fervente, as mulheres de Tejucopapo, atualmente distrito do município, venceram os holandeses que ameaçavam suas terras e famílias. Este evento é conhecido e retratado em filme denominado “Epopeia das Heroínas de Tejucupapo“, que no último domingo de abril é recontada a história através de uma encenação teatral ao ar livre no marco histórico pelo Clube das Mães na zona rural do município. A encenação mostra a vida de mulheres que lutaram contra os invasores e contra o preconceito, atraindo cerca de cinco mil (5 mil) pessoas por ano. Assentada na propriedade monocultora e na escravidão, a sociedade colonial é patriarcal e sem mecanismos de mobilidade social.


Período Imperial

Após a independência de Portugal em 7 de setembro de 1822, que resultou no fim do “Brasil Colônia” (1500-1822), o Brasil torna-se uma monarquia constitucional, período denominado “Brasil Império” (1822-1889). D. Pedro I retorna a Portugal para assegurar que sua filha assumisse o trono português. Após um período regencial, D. Pedro II, aos catorze anos de idade é coroado o segundo imperador do Brasil.

No ano de 1859, Dom Pedro II, imperador do Brasil, visitou a cidade de Goiana, chegou acompanhado por uma comitiva com quase quinhentos cavaleiros. Na véspera todos os preparativos foram realizados para receber o monarca. O que havia de melhor nos engenhos foi trazido para o sobrado onde ele se hospedou. Foram à cidade pessoas das regiões circunvizinhas atraídas pela visita do imperador. Dom Pedro II conheceu as igrejas e encantou-se com a beleza do Cruzeiro do Carmo, no centro.

Ele chegou a visitar também o hospital, as repartições públicas, as escolas e elogiou o avanço dos alunos no latim. Mais tarde, ainda participou de solenidade na Igreja da Matriz, onde escutou a Banda Saboeira à porta depois seguiu para o Bairro do Tanquinho para ver como era feito o abastecimento de água da cidade e considerou a situação do porto fluvial aproveitando para discutir melhoramentos.


Abolição da Escravatura
A abolição em Goiana foi declarada no dia 25 de março de 1887. Em meio a escravos se rebelando e fazendo revoluções almejando o fim da escravidão pelo Brasil, acabou se criando em Goiana um clube abolicionista chamado O Terpsícore, que buscava levantar fundos para a libertação dos escravos. Havia também na cidade o Clube do Cupim, cujo objetivo era “roubar” escravos de seus senhores e enviá-los ao estado do Ceará, onde já não havia escravidão por lei.
Em Goiana, a abolição foi declarada de maneira mais prática, pois deixaram a burocracia de lado. Basílio Machado, um sapateiro abolicionista, infiltrava-se nos engenhos pedindo para trabalhar. Ao ganhar a confiança do senhor do engenho, ele elaborava um plano para fugir com os escravos e escondê-los na olaria de José Pires Vergueiro que se encarregava de enviá-los para o Ceará. A campanha abolicionista em Goiana tinha o apoio da população em geral e foi um dos quartéis general na luta pela liberdade dos negros. A cidade acabou sendo a primeira a libertar seus escravos no estado mesmo com o enorme número de engenhos que possuía. Enquanto em Goiana já havia a liberdade de escravos, a Lei Áurea era assinada no Rio de Janeiro, então capital do Brasil pela Princesa Isabel do Brasil e pelo Ministro da Agricultura da época Conselheiro Rodrigo Augusto da Silva, no dia 13 de maio de 1888, extinguindo assim a escravidão no resto do Brasil. A Princesa Isabel sancionou a Lei Áurea na sua terceira e última regência estando o Imperador D. Pedro II em viagem ao exterior.


Período Republicano

Dom Pedro II foi deposto em 15 de novembro de 1889 por um golpe militar liderado pelo republicano Deodoro da Fonseca que se tornou o primeiro presidente de facto do país, através de ascensão militar. E permaneceu no cargo até o ano de 1891 quando assumiu a presidência o Marechal Floriano Peixoto que foi considerado o consolidador da república.
O primeiro ônibus de que se tem notícia no Brasil foi um veículo da marca francesa Panhard-Levassor, importado no ano 1900 pela Companhia de Transporte de Goiana, que na época era a mais importante cidade de Pernambuco, depois da capital Recife. Destinava-se o referido veículo ao transporte de passageiros entre Goiana e Recife pela histórica estrada de rodagem, hoje a BR-101. No dia 23 de março de 1903 o veículo com lotação de doze passageiros fez sua primeira viagem, saindo do centro de Goiana e chegando até a cidade de Olinda onde parava para o almoço. E seguiam da cidade de Olinda até o Recife levando mais uma hora para chegar ao destino. O ônibus não durou muito, pois uma viagem total, que teria setenta quilômetros, levava cerca de nove horas. E as viagens suburbanas custavam muito.
O conjunto da Fiação de Tecidos Goiana – FITEG é composto da fábrica, da casa do proprietário e da Vila Operária, além de ser um importante marco da arquitetura do início do século XX, tem a peculiaridade de todas as edificações seguirem a mesma modulação. Cada habitação representa um módulo, a que tanto a fábrica, quanto a casa do proprietário obedeceram, no entanto, tantos módulos, quantos se fizeram necessários. As casas, estreitas, geminadas, com vão abrindo-se diretamente para os logradouros, são distribuídas em nove quadras, num total de 376 habitações.
A fábrica foi fechada na década de 1980 depois de declarar a sua falência, deixando centenas de goianenses desempregados e mesmo que foram discutidas medidas pelo governo, a fábrica realmente fez a declaração demitindo de pouco em pouco os trabalhadores.


O prédio da Prefeitura, localizado na principal avenida da cidade, também é um edifício histórico, assim como o casario da vila operária da antiga fábrica Fiação de Tecidos de Goiana (Fiteg), projetado pelo arquiteto João Evaristo no final do século 19 e construído no início do século 20. É um conjunto arquitetônico completo, composto pela casa do gerente, dos operários, do dono, além do clube, onde todos se reuniam para o lazer.

Ainda na arquitetura civil podem ser destacados como patrimônio de Goiana, o prédio do Colégio Sagrado Coração, construído em 1920, localizada no centro da cidade; a sede da Loja Maçônica, também dos anos 1920, e a Escola Municipal Manoel Borba, situada na Praça do Convento Santo Alberto de Sicília do Carmo, que data do século 17 e teve sua construção financiada por André Vidal de Negreiros, o então governador da capitania de Pernambuco.

Prefeitura de Goiana/PE restaurada (Ano-2018).
Fonte: GASPAR, Lúcia. Goiana, PE: patrimônio histórico e cultural. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.
Link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Goiana